Como a máquina não tinha zoom, usei mais tarde o zoom do photoshop.
Desde então, cada vez que pego nesta fotografia, penso que devia fazer alguma coisa com ela. Decidi que esta manhã havia de pôr o óbvio em prática. Escolhi a clave de sol, armei-me em harmonitornitólogo e o resultado ao piano foi isto:
Mas enquanto experimentava isso ao piano, a ideia ganhou outras asas. Vendo bem, nesta imagem cada nota é um ser vivo. E isto abre a possibilidade de se ver cada nota de uma partitura como um instrumento autónomo, dinâmico e até imprevisível dentro de certos parâmetros.
Ora, imaginem que pertencem a um grupo instrumental ou a um coro, e vos é atribuído com total exclusividade o nome de uma nota, por exemplo um Fá; e que podem tocá-lo ou cantá-lo como quiserem de cada vez que a partitura pede um Fá. Deve dar um jogo engraçado.
Como hoje de manhã não tinha nenhum coro de seres vivos aqui à mão, diverti-me a fazer o que pude, uma reinterpretação da composição fotográfica, desta vez com uns sons de pássaros que tinha aqui à mão, retirados daqueles cds com colectâneas de sons de animais, e o resultado foi este Opus 1 para Ornitorquestra:
Se é possível profissionalizar pombos-correio, não deve ser assim tão difícil recrutar e dar formação a um bando de pássaros com um bocadinho mais de talento musical que um pombo.
A propósito, também durante a manhã descobri que recentemente um compositor brasileiro chamado Jarbas Agnelli, ao ver num jornal uma fotografia parecida com esta, teve a ideia de tocar a música que lá se podia ler e de fazer um vídeo a explicar o processo. O vídeo tornou-se fenómeno do youtube de um dia para o outro, comoveu jornalistas pelo mundo inteiro e a difusão da ideia foi enxurrada até às últimas consequências (ou seja, o tipo acabou no TED dar uma conferência sobre isto!).
No comments:
Post a Comment